terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Suas experiências com Deus são mesmo autênticas? - Mateus 17.1-13


         Weslei Odair Orlandi


[sermão pregado em 26/09/2009]

Como pastor, professor e estudioso da igreja noto que os credos já não fazem mais parte da estrutura teológica da maioria das igrejas. A lista com os principais fundamentos da nossa fé está cada vez mais enxuta. Por isso, em razão do que vou pregar aqui nesta noite, eu quero introduzir esse sermão reafirmando alguns dos pilares mais importantes da fé cristã.
         Nós cremos:

  1. NA INSPIRAÇÃO verbal da Bíblia (II Timóteo 3:16).
  2. EM UM SÓ DEUS eterno, existindo em três pessoas, a saber, Pai, Filho e Espírito Santo (I João 5:1-13).
  3. QUE JESUS CRISTO é o unigênito Filho do Pai, concebido pelo Espírito Santo, e nascido da Virgem Maria. Que Jesus foi crucificado, sepultado e ressuscitou dos mortos.
    Que Ele ascendeu aos céus e hoje está assentado à destra do Pai como o intercessor (Lucas 1:35).
  4. QUE TODOS PECARAM e estão destituídos da glória de Deus e que arrependimento é o mandamento de Deus para todos e necessário para perdão de pecados (Romanos 3:23).
  5. QUE A JUSTIFICAÇÃO, regeneração e o novo-nascimento acontecem pela fé no sangue de Jesus Cristo (Romanos 5:1).
  6. NA SANTIFICAÇÃO subseqüente ao novo nascimento, através da fé no sangue de Cristo, através da Palavra, e pelo Espírito Santo (Romanos 5:2).
  7. QUE A SANTIDADE é o padrão de Deus para a vida de seu povo (Herbreus 12:14).
  8. NO BATISMO no Espírito Santo subseqüente a um coração puro (atos 1:4-8).
  9. NOS DONS ESPIRITUAIS E NO FALAR em outras línguas à medida que o Espírito conceder e que o falar em línguas estranhas pode ser tanto uma evidência quanto um dom específico.
  10. NO BATISMO nas águas por imersão e que todos os que se arrependem devem ser batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mateus 28:19).
  11. NA DISPONIBILIDADE da cura divina para todos através da expiação (Tiago 5:14-16).
  12. NA CEIA do Senhor (I Corintios 11:23-26).
  13. NA SEGUNDA VINDA de Jesus para ressurreição dos mortos juntos e para arrebatar os santos vivos para se encontrar com Ele nos ares (I Tessalonicenses 4:15-17).
  14. NA RESSURREIÇÃO do corpo; na vida eterna para os justos e o castigo eterno para os ímpios (João 5:28-29).
         Dito isso, eu me sinto agora à vontade para prosseguir.
         O povo evangélico pentecostal brasileiro costuma fazer confusão com o que é e o que não é uma manifestação autêntica da presença de Deus e isso se dá porque não sabem no que realmente crêem.
         Aliás, o mundo do cego é limitado por seus olhos que não vêem; o mundo do medíocre é limitado pela extensão dos seus sonhos; o mundo dos ignorantes é limitado pelo conhecimento que não tem e o mundo cristão é limitado pela superficialidade bíblica que a persegue.
         As verdadeiras manifestações do poder sobrenatural de Deus são uma realidade que ainda não conseguimos explicar com facilidade. Buscamos um contato mais intenso com o Espírito Santo, buscamos sentir e experimentar Deus, mas não sabemos dizer quando isso ocorre, se já ocorreu ou se nunca ocorreu.
         A maioria das religiões crê no sobrenatural como fonte de realização espiritual e nós também aceitamos e buscamos essas experiências.
         Mas afinal de contas quando elas acontecem? O que podemos ter de concreto em nossas mãos para poder dizer se a experiência foi autêntica ou se ela não passou de uma emoção sem maiores conseqüências? São os barulhos, os arrebatamentos de espírito, as visões, as revelações, a aparição de anjos e outros eventos do outro mundo que chancelam isso ou há outras maneiras mais centradas?
       O texto que lemos pode nos ajudar. 
       Temos aqui um dos momentos mais impressionantes da vida de Jesus e seus discípulos Pedro, Tiago e João. A experiência de Jesus nesse monte com os seus amigos nos ajuda saber quais são essas evidências tão necessárias.

1. Uma experiência autêntica com a presença de Deus virá sempre acompanhada de transformação pessoal – v. 2.

- Ao entrar em contato com a presença de Deus durante seu período de oração Jesus sofreu uma profunda mudança em seu ser.
- Ele transfigurou-se, metamorfoseou-se, sofreu uma profunda alteração de realidade. O seu rosto resplandeceu como sol, suas vestes se tornaram brancas como a luz e seus olhos se abriram para ver Moisés e Elias.
- Este é o resultado natural de uma verdadeira experiência sobrenatural com Deus. É impossível estar com Deus e não ser influenciado por sua santidade, por seu amor, por sua misericórdia e por seu ser como um todo.
- Depois de estar com Deus o rosto de Moisés brilhou (Êx 34:29), os passos de Jacó não foram mais arrogantes (Gn 32:31), Zacarias perdeu a fala (Lc 1:20,22) e Paulo deixou de caçar para se tornar cassado.
- A verdadeira experiência com Deus é desencadeia pelo menos dois processos ininterruptos daí por diante: metanóia e metamorfose.

2. Uma experiência autêntica com a presença de Deus será sempre seguida de uma busca mais sistemática (mais profunda) pela compreensão da Palavra – v. 10-13.

- Este é o grande propósito de Deus: abrir os nossos olhos e ilumina-los com a luz do seu Espírito para nos levar a uma compreensão e amor mais profundos por sua Palavra.
- Quando Jesus se manifestou aos dois discípulos de Emaús ao invés de lhes dar sinais físicos da sua ressurreição preferiu abrir-lhes as Escrituras com o propósito de aquecer seus corações tristes e sem esperança, Lc 24:27,32.
- Experiências com o poder de Deus que não desperta no crente a paixão pela Palavra e a sede por conhece-la cada dia mais é tudo, menos autêntica.
- Se suas experiências com o Espírito Santo não o levam à Palavra, faça um check-up urgente.
- A primeira atitude de Jesus depois da transfiguração foi dar aos discípulos uma explicação nas Escrituras para o que estava ocorrendo, e eles entenderam que lhes falava de Malaquias 4.

3. Uma experiência autêntica com a presença de Deus sempre dará ênfase à obediência a Cristo – v. 5.

- Experiência com Deus sem rendição a Cristo e à sua voz não tem peso para os padrões bíblicos.
- Nenhuma experiência ou manifestação de Deus nos leva a outro ser que não seja Cristo.
- Este texto está saturado de elementos fantásticos – temos a assombrosa brancura dos vestidos de Cristo, temos o rosto de Cristo que brilha como o sol, temos a presença de Elias e Moisés, a voz que fala de dentro da nuvem e temos a nuvem luminosa que os cobriu – porém nada disso foi mais importante do que a ordem dada pela voz: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o.”
- As palavras proferidas pelo Pai foram tanto calorosas quanto incisivas.
- Outro detalhe importante diz respeito ao que passou da experiência e ao que ficou dela. Passado o momento eufórico e glorioso da nuvem a ninguém mais viram senão Jesus.
- Não se engane. O mais importante não são os momentos de deleite e embriaguez no Espírito. O mais importante não é o que passa, mas o que fica; não é o que desvanece, mas o que permanece.
- Chorar, falar em outras línguas, dançar e cair no Espírito é bom, é bonito, é fantástico, sublime, mas há algo mais importante do que chorar que são os frutos das lágrimas; há algo mais importante do que cair embriagado pelo Espírito que é levantar-se comprometido com Deus.

Conclusão:

         Ninguém pode determinar como ou quando Deus vai se manifestar. Ele é livre e soberano para fazer como quer. Porém, Ele jamais trará um mover sobre a igreja sem propósitos específicos.
         Não creia no espetáculo pelo espetáculo; no mover pelo mover.
         As manifestações da presença de Deus estarão sempre assentadas sobre este tripé: transformação, Palavra e obediência.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Jesus se fez homem. Saiba porque. - João 1.1-4,14


Weslei Odair Orlandi


[sermão pregado em 08/01/2012] 


A notícia mais bombástica e que maior impacto causou na historia humana desde então foi a que o anjo trouxe para os pastores de Belém que durante a noite tomavam conta dos seus rebanhos no campo: “Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor” – Lc 2.11.
Nunca houve, nem jamais haverá uma notícia que possa causar tantas mudanças como esta. O mundo jamais foi o mesmo desde então, a história foi marcada e também milhares de vidas têm sido tocadas e transformadas por esse fato.
É curioso pensarmos no nascimento de Jesus, pois o texto que lemos mostra nos três primeiros versículos que sua vida e habitação antes da encarnação eram profundamente marcadas por glória, riquezas e manifestações extraordinárias.
Antes de nascer Jesus era o Verbo de Deus, isto é, era a expressão máxima e perfeita do pensamento e do Ser de Deus. Antes de nascer Jesus vivia ladeado pela presença absoluta e contínua do Pai; desfrutava plenamente do seu estado divino [Jesus era Deus em toda a sua plenitude]; Sua vida gloriosa era ativa e criativa; em seu ser estavam reunidos o que havia de melhor e mais poderoso em todo o universo: a vida, o poder de criar, influenciar e de ser irresistível.
Nada o atingia, nada lhe faltava, nada lhe causava dor, humilhação ou rejeição.
Por que então ele quis nascer neste mundo hostil, pecaminoso e repleto de imperfeições? Por que ele, sendo o Verbo de Deus, se fez carne e habitou entre nós?

Há muitas razões. Eu quero lhe apresentar 4 nesta mensagem:

1. Para poder conhecer, sentir e participar de tudo aquilo que continuamente sentimos e sofremos.

- Hb 4.15 diz: “não temos um sumo-sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.”
- Como homem Jesus conheceu a vergonha, a dor, o desprezo, a humilhação, as lágrimas, a fome, a nudez, o poder da hipocrisia, da calúnia, da maldade humana.
- Jesus foi um como nós e daí podermos afirmar que:
a) por essa razão sua intercessão por nós não é desprovida de sentimento, não é desapaixonada, protocolar, impessoal, fria e mecânica. Jesus está imerso no nosso sofrimento. A nossa dor é a sua dor, a nossa tristeza é a sua tristeza, as nossas lágrimas são também as suas lágrimas.
b) nenhuma tentação, crise ou sofrimento deve ter a última palavra na nossa vida. “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”, Jo 16.33.

2. Para apresentar e ensinar aos homens um novo jeito de ser e de viver.

- Jesus veio para nos ensinar a amar, a abraçar o marginalizado, o que foi expulso, barrado no portão de entrada. Jesus veio para nos ensinar um olhar sem preconceito para com os discriminados.
- Jesus veio para ensinar e exemplificar o perdão, a tolerância, a paciência, a ternura, o afeto, a humildade.
- Jesus veio para nos ensinar o valor de quem mora na periferia, o valor de quem está tomado por lepra, o valor da prostituta, do mendigo, do pobre e do miserável.
- Jesus veio para nos ensinar que a dignidade de um homem não está no que ele possui, mas no que a sua alma pode abrigar.

3. Para assumir, pagar e eliminar nossas culpas e pecados.

- Rm 3.23; 6.23
- 1 Tm 1.15 – “fiel é esta afirmação e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores”
- 1 Co 15.3 – “Cristo morreu por nossos pecados”
- Antes estávamos separados de Deus, e em nossa mente, éramos inimigos por causa do nosso mau procedimento. Mas agora fomos reconciliados pelo corpo físico de Cristo, mediante sua morte, e por isso podemos nos apresentar a Deus santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação – Cl 1.21-22.

4. Para tornar conhecido e também possível a todos o retorno definitivo à presença do Pai.

- João 14.1-6
- Por causa de Cristo e de tudo o que ele fez e viveu na terra podemos hoje chegar à presença de Deus sem medo, vergonha ou rejeição.
- Jesus veio ao mundo e sua vida e mensagem nos dão a oportunidade da reconciliação com Deus, do abraço eterno e da compaixão sem fim.

Conclusão: Jesus veio ao mundo cheio de graça e de verdade, nasceu numa manjedoura e entregou-se por nós na cruz do calvário. E nós o que temos feito em resposta a tudo isso?
         
Se entregue hoje a Ele e receba-o em seu coração!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Conselhos sábios para um 2012 abençoado - Efésios 5.17-21

Weslei Odair Orlandi


[sermão pregado em 31/12/2011]


As nossas experiências e colheitas no ano de 2012 serão o resultado das nossas escolhas. Se optarmos pelo plano, propósito e vontade de Deus para nossas vidas seremos abençoados. Isto não significa ausência de lutas e provações, mas que no final sairemos vitoriosos, pois Deus garante a vitória daqueles que o seguem.
Por isso quero deixar com vocês alguns conselhos [princípios] para quem quer decidir corretamente, andar com sabedoria e alcançar resultados extraordinários nesse novo ano.

Se você deseja um ano de bênçãos, não seja insensato...

1. Use o seu tempo da melhor maneira possível – v. 16

- não gaste o seu tempo com coisas que não trazem edificação alguma. Use-o com sabedoria.
- Como você usou o ano de 2011? O que você fez com este ano que Deus lhe deu?
- Usou-o para trabalhar? Estudar? Divertir-se? Navegar na internet?
- E para Deus? Quanto tempo das 8.760 horas deste 2011 você usou para Ele? Quanto 
dessas horas você separou para estar na presença dele?

2. Procure conhecer a vontade de Deus para sua vida – v. 17

- Precisamos a cada dia conhecer e experimentar mais e mais da vontade de Deus para nossas vidas.
- Deus tem um plano bom e perfeito para cada área da nossa vida, mas para que ele se realize precisamos querer, precisamos buscar e nos sujeitar à ele.
- A Bíblia fala de Davi como um homem bem sucedido, pois antes de cada situação [com raras exceções] ele buscava Deus consultando-o.
- Como você viveu 2011? Segundo qual vontade você foi orientado? A sua ou a de Deus?
- Quem não anda segundo a vontade de Deus não só vive mal como também sequer entrará nos céus – Mt 7.21.

3. Encha-se do Espírito – v. 18

- Não vos embriagueis => tem gente que não se embriaga com vinho, mas se embriaga com tantas outras coisas: sexo, serviço, TV, internet, paixões da vida...
- Deus não quer que sejamos cheios do Espírito só de vez em quando, mas sempre!
- Guarde isso: Esta é a vontade dEle! Serão vencedores os que assim viverem! Subirão para os céus os que assim viverem!

4. Tenham um linguajar espiritual – v. 19

- quando você se reunir com alguém fale coisas boas, que edificam, que animam, que gere no outro o desejo de conhecer mais a Deus.
- às vezes nos reunimos para falar de política, de economia, de futebol, do irmão, do pastor, da novela, mas nunca para glorificar a Deus.
- Tome a firme decisão de neste ano não dizer palavras torpes ou que não vão trazer beneficio para o Reino de Deus.

5. Seja agradecido em tudo e em todo tempo - .v 20.

-  “em tudo dai graças” – 1 Ts 5.18.
- as coisas não foram bem em 2011? Mesmo assim dê graças, pois o choro dura uma noite, mas a alegria vem pelo amanhecer.

6. Veja seu irmão todos os dias não como um problema, mas como um instrumento de Deus para te ajudar – v. 21.

- Por isso sujeite-se a ele; se necessário suporte-o, ame-o, perdoe-o.
- às vezes Deus usa alguém para falar conosco ou põe alguém para estar do nosso lado e em vez de nos sujeitarmos a ele e o aceitarmos, ficamos bravos e murmuramos.
- Lembre-se das palavras de Paulo em Colossenses 2.3b-4: “cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros”.

Deus abençoe a vida de todos.
Feliz 2012!!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O QUE É SER IGREJA? - Atos 20.7-12


      Weslei Odair Orlandi

[sermão pregado em 20/11/2011]


Li em certo lugar que os cristãos de hoje precisam ser lembrados muito mais do que informados. É o que quero fazer nesta noite a partir deste texto. Creio que este é um bom momento para nos recordarmos o que significa ser igreja.
            Em primeiro lugar eu creio que precisamos nos recordar do que não é ser igreja. Nestes tempos de intensa propaganda religiosa na mídia muitos têm adquirido uma compreensão errônea sobre ela. Por isso é sempre bom recordar que ser igreja não é:
A) ser um mercado onde o consumidor exigente escolhe os produtos que lhe convêm ou que cabem no seu orçamento;
B) estar num teatro, onde, sentados no auditório, pessoas assistem com atenção o desempenho dos atores no palco e se estiverem felizes “adoram”, senão fecham a cara e nunca mais voltam;
C) Ser igreja não é isolar-se de todos para poder ser santo. A igreja não é um museu para santos e nem mesmo um centro de perfeição absoluta onde ninguém erra, fracassa, cai, cria desconfortos, desafina, desentoa ou decepciona.
D) ser igreja não assentar-se numa cadeira como juiz e emitir juízos sobre terceiros.
            Então, o que é ser igreja?
            O texto que lemos tem a resposta.

1. Ser igreja é partilhar o que tem sem olhar para quem– v. 7.

- Ser igreja é partilhar o pão, o abraço, a alegria, a dor, as palavras de conforto, o dinheiro, a vida...
- Ser igreja é não aceitar qualquer forma de egoísmo, indiferença, insensibilidade ou desprezo.
- Ser igreja é dar de si ao outro. É entregar ao outro o que tem e ainda dizer-lhe “isto é o meu corpo; isto é o meu sangue”.

2. Ser igreja é saber conviver com diferentes tipos de pessoas e situações – v. 9.

- Ser igreja é saber viver ao lado de pessoas diferentes de nós, que pensam diferente, que agem diferente, que reagem diferente, e que caminham diferentes de nós.
- Toda igreja possui seu “Êutico” dorminhoco. Entretanto, eles não devem ser menos amados ou aceitos que os demais.
- Rm 14.1 diz: “Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas”.
- Rm 15.1 diz: “Mas nós que somos fortes devemos suportar as fraquezas dos fracos e não agradar a nós mesmos”.

3. Ser igreja é nunca desistir daqueles que parecem estar mortos – v. 10.

- Ser igreja é nunca acreditar que acabou, que chegou ao fim; que não tem mais jeito; que não há nada mais a ser feito.
- Ser igreja é descer, inclinar-se e abraçar o “quase morto” tantas vezes quantas necessárias forem.
- Êutico foi levantado morto, mas Paulo que o abraçou viu nele vida.
- Nunca desista de quem desistiu. Ore por ele, aproxime-se dele, ame-o, abrace-o, fale com ele.
- Médicos aconselham falarmos com quem está em coma. Afinal, de contas é bem provável que eles estejam nos ouvindo.

4. Ser igreja é não perder o foco – v. 11.

- Ser Igreja é nunca desistir de seus propósitos, mesmo que não seja fácil.
- Ser Igreja é sacudir o pó e avançar sempre.
- Ser igreja é caminhar sempre, mesmo que devagar às vezes por causa dos pés cansados e feridos.
- Ser igreja é jamais permitir que a incredulidade e o desânimo se tornem decisivos.

5. Ser igreja é sempre consolar os que se acham desconsolados – v. 12.

- Ser igreja é estar sempre pronto para aliviar o padecimento do outro, criar um ambiente de segurança, é tornar agradável o que era desagradável.
- Ser igreja é produzir conforto, alívio. É acender uma luz onde só há trevas. É fazer alguém sorrir quando seu rosto só conhece as lágrimas. 

OS SEGREDOS DE UMA GRANDE COLHEITA - 2 Coríntios 9.6

 
    Weslei Odair Orlandi

[sermão pregado em 18/12/2011]

Ninguém em sã consciência casa esperando ser infeliz. Ninguém trabalha esperando não receber seu salário. Ninguém estuda esperando ser reprovado. Ninguém economiza seu dinheiro esperando ser roubado. Ou seja, tudo o que fazemos visa um bom resultado.
         Isso vale também para o semeador ou para o que planta uma árvore frutífera. Em Lucas 13.6-9 encontramos uma parábola interessante contada por Jesus: a parábola da figueira estéril. Nesta parábola a verdade central é óbvia: quem planta espera colher.
         Como tenho dito aos irmãos, também Cristo espera de nós que na condição de “ramos/varas” ligados nele que é a videira verdadeira sejamos frutíferos [Jo 15] e este deve ser também o nosso maior e mais profundo desejo: que o nosso trabalho não seja vão, estéril, que não produza resultados.
         Queremos e precisamos de resultados naquilo que fazemos. Por isso li este texto hoje. Embora seu contexto imediato seja sobre contribuição financeira, creio que podemos ir além para compreendermos também outras verdades. O segredo de uma grande colheita [financeira, emocional e, sobretudo, espiritual] precisa ser conhecido por quem tem este desejo.
E este é o meu desejo. Quero ver a igreja crescer. Quero ver vidas sendo salvas. Quero ver o povo prosperando. Quero ver vidas sendo tocadas, libertas e transformadas. Mas isso, não acontecerá sem que entendamos e apliquemos os princípios corretos.
Por exemplo:

1. Para realizarmos uma grande colheita não podemos temer as dificuldades.

“Quem observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará” – 
Eclesiastes 11.4

2. Para realizarmos uma grande colheita precisamos nos entregar de corpo e alma ao plantio.

“Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará sem dúvida, com alegria, trazendo consigo, os seus molhos” – Salmo 126.5-6

3. Para realizarmos uma grande colheita não podemos desistir jamais da semeadura – Mateus 13.1-8

- A proporção de terra boa é de 1 para cada 4, mas quem persiste chega lá.

4. Para realizarmos uma grande colheita precisamos de uma semeadura generosa.

“O que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará” – 2 Coríntios 9.6

5. Para realizarmos uma grande colheita precisamos confiar no Senhor.

“Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento” – 1 Coríntios 3.6

6. Para realizarmos uma grande colheita precisamos cuidar do solo onde a semente foi semeada – Mateus 13.24-30